Anais

Publicado no VII CBEU, em 2016.

Área: CHLA/CN

Subárea: Cultura

Órgão de Fomento: Nenhum órgão de fomento

AUTORES: Cosme Rogério Ferreira (Autor)
Título
Literatura, imagem e memória: as representações do sertão nas cartas de Graciliano Ramos
Palavras-Chave
Literatura. Fotografia. Memória sertaneja.
Resumo
O presente trabalho resulta de um esforço de compreensão das relações entre a literatura e a fotografia na composição do conhecimento histórico, e tem por objetivo analisar as imagens fotográficas de alguns lugares evocados nas cartas do consagrado escritor Graciliano Ramos, especialmente as que se referem à paisagem sertaneja. Baseados nas correspondências íntimas do autor de "Vidas secas", e utilizando-nos de uma combinação de diferentes métodos e técnicas de pesquisa, como a bibliográfica, a documental e a de campo, mapeamos os lugares identificados na leitura, levantamos os dados históricos sobre eles, e desenvolvemos uma análise do material imagético produzido nos referidos locais, decompondo-o em unidades culturais. Ora, não é de hoje que os historiadores reconhecem nas artes literária e iconográfica fontes históricas de excelência, demandadas dos novos temas que passaram a compor o elenco de seus objetos, como a vida privada e as relações interpessoais. Em se tratando de Graciliano Ramos, é bem sabido que sua obra encerra valores que interessam às mais variadas disciplinas das ciências humanas, sendo estudada pelo mundo afora também como um verdadeiro documento da realidade brasileira. Diante das condições de possibilidade apresentadas, os dados nos permitem sustentar a seguinte hipótese de trabalho: as interfaces entre texto literário e texto visual – produtos culturais, frutos de trabalho social de produção sígnica – podem ser utilizadas pedagogicamente como instrumento de sensibilização do olhar e de compreensão da realidade sertanejo-alagoana/pernambucana. Como resultado, colocamos em evidência alguns dos pontos que ajudam a reconstruir o sertão como lugar da memória graciliânica, fato que pode auxiliar o exercício de reflexão sobre as lógicas de pertencimento e os permanentes processos de construção identitária na região.
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