Anais

Publicado no VII CBEU, em 2016.

Área: CV

Subárea: Saúde

Órgão de Fomento: Universidade Estadual Júlio Mesquita Filho

AUTORES: Paloma Afonso Martins (Autor)
Dra. Christiane Carrijo (Orientador)
Título
Oficinas Psicoterapêuticas com Escuta Psicanalítica com Mulheres Vítimas de Violência Doméstica
Palavras-Chave
Violência Doméstica, Mulher, Psicanálise
Resumo
A violência doméstica e familiar contra mulher é considerada pela Lei Maria da Penha como qualquer ação/omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, dano moral ou patrimonial. Somado a isso, existe a violência conjugal, fenômeno muitas vezes transgeracional que se escora na desigualdade de gênero. Este estudo contou com apoio de uma bolsa PROEX e tem por objetivo abordar o tema da violência contra a mulher a partir da escuta psicanalítica realizada com 4 mulheres vítimas no CREAS de Bauru, (Centro de Referência Especializado em Assistência Social, origem da solicitação de atendimento em grupo). Considerou-se a história de vida das participantes e aspectos culturais que contribuíram com essa violência sistêmica. Optou-se pela promoção de oficinas psicoterapêuticas e artísticas em encontros realizados semanalmente, com duas horas e meia de duração cada. A escuta psicanalítica foi pensada como proposta de uma psicanálise social e utilizou-se de oficinas e saraus para a realização de um atendimento humanizado, por compreender que a arte é uma invenção e auxilia as participantes a se perceberem como sujeitos e realizarem escolhas. A partir da análise de conteúdo do discurso das participantes foi construída a categoria “violência” para refletir a compreensão delas sobre o termo. O subtipo “violência sexual” apareceu no relato de todas; 3 relataram violência conjugal e 2 o incesto; agressão física e perseguição/ameaça foram relatados por 3, bem como ouvir a voz do agressor com frequência. Mesmo identificando as violências sofridas, todas tinham dificuldade em cortar laços com os agressores, existindo melancolia, culpa, e uma procura em si mesmas de uma razão para todo sofrimento. De 10 a 12 encontros, somente 5 aconteceram. As coordenadoras atribuíram a interrupção do grupo à temática dolorosa e à dificuldade de enfrentamento para falar e expor histórias tão traumáticas, bem como a criação de vínculo e identidade grupal.
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